Natural Born Killers




























































































- Mickey: É apenas assassinato. Todas as criaturas de Deus fazem isso de um jeito ou de outro. Bem, observe uma floresta, as espécies matam umas às outras. A nossa mata todas, inclusive a floresta... E chamamos de indústria, não de assassinato. Conheço muitas pessoas que merecem morrer.
- Wayne: Por que merecem?
- Mickey: Acho que todos têm no passado um segredo, um pecado. Muitas pessoas por aí já estão mortas, só precisam acabar com seu sofrimento. É aí que eu entro. Mensageiro do destino.
Se um grão de milho cai no chão e morre, ele fica lá. Mas, se ele morre, dá muitos frutos.
- Wayne: É a teoria de que todos procuram um assassino? É o que está dizendo?
- Mickey: Um lobo não sabe que é lobo, o veado não sabe que é veado. Deus fez assim. Quando um leão mata um alce, é porque chegou a hora do alce, e a agenda liberal sobre salvar os animais só serve para superpovoar o equilíbrio natural.





























- M: A vida é uma caçada.
- W: Diga, Mickey. Algum arrependimento? Quero dizer, três semanas, cinquenta pessoas mortas. Não foi muito bom.
- M: 52, mas não perco tempo com arrependimentos, é perda de tempo.
- W: Deve haver algum arrependimento.
- M: Bem, desejaria não ter matado aquele índio.
- W: Uma de suas últimas vítimas.
- M: Ele tinha uma cascavel.
- W: Uma cascavel?
- M: Ele pegava nela, brincava com ela. Ele viu.
- W: Viu o quê?
- M: O demônio. Ele viu o demônio.















- M: Todos temos um demônio. O demônio mora aqui. Alimenta-se de seu ódio. Cortes, mortes, estupros, usa suas fraquezas, seus medos. Só os duros sobrevivem. Todos dizem que não somos nada. Depois de um tempo, rebela-se. Depois do índio, íamos parar de matar. O velho nos mudou.
- W: O que houve?



















- M: Foi um erro, sabe. Ele tentava nos ajudar, nos amansou. Tenho o mesmo sonho desde criança. Coelho. Presas ensanguentadas. Eu estou correndo, correndo com animais na escuridão. Artigos natalinos. Um pouco, alguma loucura, apenas corríamos... Eu sou o coelho. Devoro todos os animais da floresta. E então me torno a própria morte. 
Sabe algo sobre realização, Wayne? Quer dizer, tudo é ilusão. O coelho diz que o momento da realização vale mil orações.





























- M: Sou luz com a Mal. É sua sombra na parede. Não pode livrar-se da sua sombra, pode? A única coisa que mata o demônio



















- M: Por isso sei que Mallory é minha salvação, ela estava me ensinando a amar. Era como estar no o Éden.




































- W: Massacrar todas aquelas pessoas valeu ser separado de seu amor para o resto da vida?
- M: Um instante de minha pureza vale a sua vida de mentiras?
- W: Por favor, explique. Onde está a pureza que fez 52 pessoas sumirem do planeta porque encontrara você e Mallory? O que há de pureza nisso?
- M: Nunca entenderá, Wayne. Eu e você não somos da mesma espécie. Eu era como você, aí evoluí. Você se acha um homem. Para mim, é um macaco. Nem mesmo macaco, uma pessoa da mídia. A mídia é como o tempo, só que artificial. Assassinato? É puro. Vocês o tornaram impuro. Sua violência, vendendo o medo. Pergunta por quê? Eu digo: por que não?
- W: Já acabou? Ótimo. Pare de mentir e caia na real. Por que sente essa pureza em matar? Não minta.
- M: Acho que tem que segurar uma arma e entenderá, como entendi na primeira vez. Foi quando ouvi meu único e verdadeiro chamado na vida.
- W: Qual é, Mickey?

















Estrelado por Woody Harrelson (Mickey Knox) e Juliette Lewis (Mallory Knox), Assassinos por Natureza retrata a vida insana de um casal de assassinos apaixonados pela violência, que como todos os bons matadores também deixam sua marca: sempre resta uma testemunha viva na cena do crime pra contar a história de Mickey e Mallory.
Dirigido por Oliver Stone, esta obra de 1994 reúne a essência paradoxal que habita as profundezas de todo ser humano, explorando expoentes como a violência, o amor e a liberdade. O sarcasmo comediante é a ponte entre o filme e o telespectador, o que deixa nas entrelinhas uma das próprias mensagens do filme: a mídia nos envolve no seu transe artificial até nos convencer de que queremos ser seus fantoches, mas a liberdade é a ameaça que sempre nos espreita até que surja a oportunidade de colocá-la em prática (no filme o repórter Wayne Gale - Robert Downey Jr representa perfeitamente o esteriótipo de escravo endiabrado da televisão).


"Dentro de todos nós há um assassino. Somos brutais por natureza, é uma questão de sobrevivência entre as espécies."


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